Apontamentos de Natal

Desde que mudámos de casa, há já quase três meses, ando ocupada a tentar deixar a casa com ar de lar, com a nossa cara. Mas, ao mesmo tempo, sinto que, desta vez, estou a fazer tudo com muito mais calma do que na anterior casa. Prefiro esperar para comprar exatamente o que quero, do que comprar sem pensar muito, só para que fique feito. Ainda faltam duas mesas de cabeceira no quarto dos gémeos (que começo a ponderar se fazem sentido), pendurar alguns quadros, colocar papel de parede numa das paredes do nosso quarto, mudar os cortinados do mesmo, e decorar a entrada. 

No entanto, não pode ser tudo ao mesmo tempo e o orçamento não estica. Neste momento, estamos concentrados no quarto da Francisca. 

O nosso estilo é minimalista, mas sem ser frio ou descaracterizado. Identificamo-nos com o estilo nórdico, tanto nas cores como nos materiais. Muito branco, cinzento, pormenores de preto, azul, verde, e até rosa (no quarto da Francisca não havia como escapar), com apontamentos de madeira e outros materiais naturais, mas tudo muito neutro. Se há coisa que aprendi com a primeira casa é que cores vivas cansam e tem de ser empregues com cuidado. Gosto de ver como apontamentos e nunca como o mote de uma decoração (embora já tenha visto casas vestidas de cores vivas lindíssimas, feitas por quem sabe muito bem o que faz, não me via a viver em espaços assim). Para contrastar com a minha ansiedade preciso de calma, tranquilidade, e é em casa que procuro essas sensações. Também é aqui que passo a maior parte do meu tempo, daí a importância que fazer as coisas da forma correta, ainda que demorando mais tempo, tem para mim.

Hoje, deixo-vos com alguns apontamentos do Natal na nossa nova sala.

 

 

 

 

 

 

Pedro, Príncipe com lugar de Rei

Se alguma vez existiu um menino da mamã (não no sentido pejorativo em que costumam empregar o termo), esse alguém é o Pedro. Acorda a pedir a minha presença e deita-se a exigi-la. Quer-me para quase tudo no entretanto (confesso que adoro que assim seja). Nunca diz que não a mimos e nunca se nega a oferece-los. É muito ternurento e derrete-nos com o seu jeito e as suas expressões doces. Faz beicinho quando é contrariado e chora quando nos zangamos, ou seja, consegue quase sempre levar a sua avante. Adora fazer puzzles, e entretém-se bem nas brincadeiras dele, mas exige, quase sempre, a nossa presença física. Não gosta de estar sozinho (tem medo), e não aceita partilhar o que é seu. Durante a noite, pela calada, vai ter com a mãe e rouba o lugar ao pai. E, enquanto quiser, assim será. É príncipe, mas ocupa lugar de rei ;).

 

 

 

António, o nosso Mínimo bem-disposto

Continua a ser o mais expressivo, e brincalhão (já se aventura em algumas palhaçadas). É desafiante, reguila e obstinado, mas também o mais fácil para comer e dormir, lidar. É muito doce e afetuoso. Oscila entre momentos em que quer ser crescido e outros em que quer voltar a ser bebé (tinha largado a chucha há alguns meses, mas ficou doente, e voltou a pedi-la - o irmão ainda usa, pelo que dizer-lhe não ficou mais difícil). É muito bem-disposto. Está quase sempre de bem com a vida. Não liga muito a brinquedos, mas gosta de desenhar, e adora dvd’s e cartas, que leva para todo o lado. É fã acérrimo dos Mínimos e do Gru Maldisposto 1, 2 e 3, que vê em loop. Tem tendência a ser um pouco obsessivo com as coisas de que gosta. E nós somos obcecados por ele :).